terça-feira, 20 de maio de 2008

Caruaru sedia treinamento comunitário de vacinas anti-HIV

Será realizado, no próximo dia 27, a partir das 9h, em Caruaru, o I Treinamento Comunitário de Vacinas Anti-HIV. O evento tem como objetivo dar continuidade ao processo de construção de bases para a formulação do Comitê de Acompanhamento Comunitário (CAC-PE) do experimento de vacinas Anti-HIV em curso no estado de Pernambuco.

As vacinas, ainda em fase de estudo, podem ser preventivas, para pessoas sem HIV, e terapêuticas, para os soropositivos. Nesse último caso, a vacina atua como neutralizadora do HIV após reação do sistema imunitário. Por ser terapêutica, é testada em pacientes que ainda não se submeteram às drogas do coquetel anti-Aids. Se ela realmente surtir efeito e for produzida em escala comercial, os portadores do HIV poderão tomar somente a vacina, em vez de vários remédios.

Os pesquisadores acreditam na possibilidade de uma vacina anti-HIV devido à capacidade de algumas pessoas de barrar a infecção pelo vírus. Por exemplo, crianças que nascem de mães infectadas e não apresentam o HIV e pessoas que se expõem ao contato, mas não se infectam.

Obstáculos – Dentre os obstáculos para a produção de uma vacina, divulgados pelo último Boletim Vacinas Anti HIV/AIDS, de dezembro de 2007, estão: a lenta e medíocre resposta imunitária; o desconhecimento das reações que devem ser desenvolvidas pelo sistema imunitário contra o HIV, com capacidade de neutralizá-lo; a grande variabilidade do HIV-1; e os resultados com modelos animais que não são completamente satisfatórios.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A busca de uma vacina anti HIV

Indomável é o melhor adjetivo para qualificar o vírus HIV. Após 25 anos da publicação, na revista "Science", do primeiro isolamento desse parasita, a comunidade científica só acumula frustrações. Nenhuma barreira bioquímica desenvolvida até agora conseguiu conter a infecção. O desenvolvimento da tão almejada vacina ainda é apenas um sonho distante.

"A comunidade científica está deprimida, porque nós não vemos esperança de sucesso", declarou em fevereiro o biólogo americano David Baltimore, que ganhou o Nobel por ter descoberto o mecanismo de replicação de vírus como o HIV.

"Penso que o maior erro que cometemos até agora foi colocar muito foco nos testes em larga escala de vacinas e não dar atenção suficiente para a pesquisa básica. Nós precisamos aprender com isso", afirma à Folha Dennis Burton, do Instituto de Pesquisa Scripps, na Califórnia (EUA).

O pesquisador assina um dos artigos do especial de 25 anos da descoberta do HIV, publicado na última sexta-feira (9) pela mesma "Science".

O retrocesso científico do fim do ano passado é exemplar. O teste mais avançado de uma vacina contra a Aids, criada pela farmacêutica Merck, foi suspenso após 82 voluntários (49 vacinados e 33 do grupo de controle) terem sido contaminados pelo vírus.

"O número foi pequeno e não foi a vacina que causou a contaminação, o que seria inaceitável", diz Esper Kallás, infectologista, professor da Unifesp e coordenador dos testes com a vacina no Brasil. No mundo, 3.000 pessoas receberam doses do medicamento.

"A defesa imunológica que a vacina conferiu aos participantes não foi suficiente. O vírus continuou passando [pelas defesas do corpo]", afirma.

Apesar de desde o começo das pesquisas, há 25 anos, o HIV ser qualificado como versátil, o desafio a cada novo estudo é maior. O vírus não pára de surpreender por causa da sua alta velocidade em desenvolver novas formas genéticas.

"O HIV consegue driblar o sistema imunológico com mais habilidade do que nós imaginávamos", diz Kallás, que concorda com a necessidade da volta rápida para a pesquisa básica. "Apesar de o vírus ser o mais estudado do mundo, temos de aprender mais sobre o comportamento dele", diz.

Toda a comunidade científica concorda com a volta para a bancada. E, mesmo depois dos últimos insucessos, em continuar na busca pela vacina. A urgência é grande. Números da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que a cada dia mais de 6.800 pessoas são contaminadas. E 5.750 morrem.

Como os resultados do fim de 2007 que levaram o projeto da vacina a dar errado ainda não estão prontos, afirma o infectologista da Unifesp, a lista de perguntas que precisam ser respondidas é enorme.

"Nós colocamos pequenos fragmentos do HIV na vacina que foi aplicada. Será que precisava ser mais? Será que foi a quantidade de vacina em cada uma das doses? Será que temos de fazer combinações de vacinas? Ou mudar a forma de apresentar os fragmentos do vírus para o organismo"?

Para John Moore, outro pesquisador que participou do especial da "Science", a questão do desconhecimento sobre como fazer uma vacina é a que tem mais peso no momento.

"Efetivamente, nós não sabemos como fazer uma vacina que seja realmente eficiente", diz o pesquisador da Universidade Cornell (EUA).

Circuncisão e gel

O fracasso de uma vacina não é o fim do mundo, segundo os cientistas ouvidos pela Folha. Pelo menos há uma base de onde é possível continuar.

"Não podemos abandonar a vacina. Ela tem de continuar a ser um sonho", afirma Kallás. "Não podemos dar uma declaração de derrota e voltar as costas para aquilo que pode ser a maior esperança para combater a epidemia. Hoje são 33 milhões de pessoas contaminadas. Daqui a 20 anos, talvez sejam 150 milhões."

Segundo Kallás, existem poucas opções que possam ser aplicadas como políticas de saúde pública, apesar de a circuncisão, por exemplo, já ter se mostrado eficaz em barrar a transmissão e vários géis vaginais estarem em teste hoje com o mesmo fim. "A circuncisão e o uso de géis têm problemas.Temos que partir do princípio que a maioria das pessoas gosta de fazer sexo e o vírus se transmite por via sexual."

Mesmo com pelo menos 20 projetos em curso hoje no mundo para o desenvolvimento de uma vacina contra a Aids, é difícil encontrar um otimismo rasgado entre os atores da comunidade científica.

O pesquisador da Escola Médica de Harvard, Bruce Walker, é um dos que fogem um pouco dessa regra. "Certas pessoas estão infectadas com o HIV há 30 anos e não estão doentes. Estou otimista que poderemos usar esse dado para criar uma vacina efetiva", diz. "Mas isso, como foi visto nos últimos 25 anos, não será fácil."

Fonte: Folha de S.Paulo (11/05/2008)

quarta-feira, 14 de maio de 2008

VI A Luz de Velas da Cidade do Recife


VI Candlelight em Recife – “Nunca parar de lutar. Nunca esquecer!”


Nesta sexta, 16, o Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo – GTP+, realiza o VI Candlelight – Luz de Velas, na Praça da Independência (pracinha do Diário), no centro do Recife, a partir das 16h. A mobilização mundial em solidariedade às pessoas afetadas pela AIDS é realizada no Recife desde 2003, com o objetivo de homenagear todos aqueles que faleceram em conseqüência da doença, bem como chamar a atenção da população e das autoridades governamentais para que apóiem as pessoas que vivem e convivem com HIV / AIDS.

Com o tema “Nunca parar de lutar. Nunca esquecer!” o evento pretende, nesta sexta edição, destacar a saúde como direito do cidadão e dever do estado, além de reafirmar a importância do SUS como o maior plano de saúde do mundo. Também solicita a continuidade dos experimentos da vacina terapêutica anti-HIV, pioneira no Brasil; a busca pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com HIV / AIDS; e a importância do uso do preservativo, seja masculino ou feminino, como método eficaz de prevenção ao HIV.

Na ocasião, 250 velas serão acesas para homenagear as pessoas que já faleceram em decorrência da AIDS.

História

Em 7 de maio de 1983 um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram em função do HIV organizaram, em Nova Iorque, a primeira vigília pelos falecidos da AIDS. Internacionalmente conhecida como Candlelight (luz de velas), o ato tem como símbolo as chamas das velas acesas que nesta ocasião sinalizam um estado de vigilância. Ao mesmo tempo busca iluminar para a realidade da epidemia e solidariedade com as pessoas vivendo com AIDS e os seus familiares.

Números da AIDS

11.246 casos notificados de AIDS em Pernambuco
Fonte: Secretaria de Saúde de Pernambuco (Boletim Informativo – DST/AIDS, dezembro 2007)

De 1980 a junho de 2007, foram notificados 474.273 casos de AIDS no País – 289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte.
Fonte: Ministério da Saúde (Boletim Epidemiológico, novembro 2007)

De acordo com o relatório do UNAIDS, estima-se que existam, atualmente, 33,2 milhões de pessoas com HIV em todo mundo e que ocorreram 2,5 milhões de novas infecções em 2007. O número de pessoas que morreram em decorrência da aids neste ano foi de 2,1 milhões.
Fonte: Ministério da Saúde (Boletim Epidemiológico, novembro 2007)


Serviço

Evento: VI Candlelight – Luz de Velas
Data: 16/05/2008
Horário: a partir das 16h
Local: Praça da Independência (pracinha do Diário)

Contatos

Wladimir Reis
99708200
Ismael Basilio
88794032
GTP+
3231.0905

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