quarta-feira, 11 de maio de 2011

Candlelight – A Luz de Velas do Recife

Mobilização presta solidariedade à milhões de pessoas afetadas pela AIDS.


Nesta sexta-feira (13), a partir das 16h, a Praça do Diário, no centro do Recife, será palco da 9ª edição do Candlelight. O evento, que é uma mobilização onde são acesas velas para simbolizar a luta contra o vírus HIV, tem como tema Tocando Vidas. A ação é realizada pelo Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo desde 2003, em parceria com movimento AIDS em Pernambuco.

A Vigília acontece em centenas de cidades em todo o mundo, ao todo são 115 países, como forma de sensibilizar e mobilizar os governantes, as empresas e as comunidades para a necessidade de ampliação das pesquisas, da garantia do acesso aos medicamentos e da assistência integral para os portadores do HIV/AIDS, além da luta pela prevenção.

Durante o ato no Recife, haverá uma exposição de fotos, apresentações teatrais sobre o tema, além de grafitagem e atrações culturais. Por fim, as vítimas da AIDS serão relacionadas e velas serão acesas em homenagem a elas. Esse ano, o Candlelight enfrenta a questão da falta de medicamentos anti-retrovirais como o Efavirez, Biovir, atazanavir, saquinavir, tenofovir e maraviroc. Também denunciam a dificuldade dos pacientes ao acesso a leitos nos hospitais de referência.

Números - A camisinha é, atualmente, o mecanismo mais eficiente para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e também para o planejamento familiar. Apesar disso, a maioria da população não utiliza o preservativo. De acordo com o boletim epidemiológico Aids/DST de 2010, os jovens, apesar do alto conhecimento sobre prevenção da Aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis, se encontram em um quadro com tendência de crescimento do HIV.
Número de casos de Aids no Brasil até junho de 2010, foram 592.914, sendo 65,42% entre homens e 34,58% entre mulheres.
Segundo o Governo de Pernambuco, o número de casos de Aids até 13 de fevereiro de 2011 são 15.484 casos, sendo 10.233 em homens e 5.251 em mulheres .

História - Em 7 de maio de 1983 um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram em função do HIV organizaram, em Nova Iorque, a primeira vigília pelos falecidos da AIDS. Internacionalmente conhecida como Candlelight (luz de velas), o ato tem como símbolo as chamas das velas acesas que nesta ocasião sinalizam um estado de vigilância.

Feminização da Aids é tema de seminário promovido pelo Sesc

O Sesc Pernambuco realiza na próxima segunda-feira (16) o Seminário "Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado", às 14h, no Salão de Eventos do Sesc Santo Amaro.

Durante o encontro, será debatido a questão da feminização da Aids que no Brasil é cada vez mais a realidade de muitas brasileiras. As estatísticas não deixam dúvidas: em 1984, havia no brasil 16 homens com Aids para cada mulher. Hoje, há uma mulher para cada dois homens com a doença. Ou seja, vivemos num país onde o vírus HIV caminha mais rápido entre o sexo feminino. Se esta tendência continuar, calcula-se que, já nos próximos 10 anos, atingiremos a proporção de um homem para cada mulher.

O Seminário propõe discutir também sobre violência doméstica, mercado de trabalho, saúde reprodutiva e aborto. O encontro será realizado em diversas cidades brasileiras, sob o formato interativo com a participação do pesquisador Gustavo Venturi, da Fundação Perseu Abramo - SP.

Informações: 3216.1624 ou 3216.1731 (Os interessados em participar devem confirmar presença, por meio do e-mail: gbezerra@sescpe.com.br).


Artigo: A extinção das ONGs Aids é uma vergonha nacional

Nos últimos anos, a falta de recursos tem sido uma realidade para as Ongs/Aids em nosso país. Elas, que já foram consideradas um dos principais alicerces da resposta brasileira à epidemia da aids, hoje correm sério risco de extinção por diversos motivos. Entre eles podemos citar, principalmente, a falsa impressão de que a aids em nosso país esta resolvida. Uma falácia assombrosa, uma vez que foram notificados mais de 182.000 novos casos de aids, e mais de 57.000 seres humanos perderam suas vidas em decorrência da mesma, entre 2005 e 2009.

Esta mentira provoca uma grande redução dos recursos que, historicamente, vinham de organizações internacionais para o combate à aids no Brasil. Além disto, os Governos, tanto no plano Federal, Estadual e Municipal omitem-se de forma criminosa e não se entendem quanto a devida utilização dos recursos dos Planos de Ações e Metas (PAM). Esta omissão acaba provocando novas infecções pelo HIV em milhares de pessoas, colocando suas vidas em risco.

No caso dos Governos, podemos usar como exemplo o Estado onde resido, o Estado do Rio de Janeiro, que ocupa, no plano nacional, a terceira posição em casos de aids notificados, entre 2007 e 2010. Além disto, no Brasil ele é o segundo colocado em taxa de incidência de casos de aids por 100.000 habitantes; na região sudeste ocupa, lamentavelmente, o 1º lugar - “medalha de ouro” -. Apesar disto, este estado (sim, com letra minúscula) não repassa os recursos do PAM para as Ongs/Aids, há cinco anos. São mais de R$ 4.000.000,00 (isto mesmo, quatro milhões de reais) de recursos que estão parados, imobilizando e extinguindo o trabalho de prevenção, de promoção da saúde, de defesa dos direitos fundamentais das pessoas vivendo com HIV/AIDS, de apoio psicológico, assessorias jurídicas, grupos de convivência e tantos outros. Devemos lembrar que nós, Ongs/Aids chegamos aonde a falta de vontade política e o braço engessado do Estado não chega.

Para justificar o injustificável, para explicar o inexplicável, o Estado do Rio de Janeiro, através de seus porta-vozes, alegam que financiaram a participação de ativistas em congressos e na publicação de materiais informativos. Uma brincadeira de mau gosto. Estamos falando em salvar vidas, evitar novos casos de aids, fornecer informação de qualidade para a população e dar apoio efetivo as pessoas soropositivas e seus familiares.

Cabe, também, a sociedade, de um modo geral, e aos empresários, de forma particular, parte da responsabilidade sobre este assunto. A aids existe e esta entre nós, não tem cura, não escolhe idade, credo, sexo, classe social, orientação sexual e nem grupo étnico. Os recursos do exterior são bem vindos, mas a luta contra a aids deve ser de toda a sociedade brasileira, e ela deve participar, inclusive, ajudando na manutenção das Ongs/Aids. Por que as grandes empresas se omitem em patrocinar Ongs/Aids,? Uma pergunta sem resposta...

Diante deste quadro, repleto de omissões, falhas, desprezo pela vida humana, inércia e insensibilidade, só resta uma certeza, a extinção das Ongs/Aids em curto prazo e o recrudescimento da epidemia de aids em nosso pais, alcançando milhões de brasileiro.

*Dados Boletim Ministério da Saúde – Ano VII/no 01/2010

George Gouvea é Psicanalista e Presidente do Grupo Pela Vidda/RJ

Powered By Blogger