Campanha de prevenção à Aids promovida pelo Ministério da Saúde durante o carnaval deste ano vai priorizar o grupo de meninas de 13 a 19 anos.
Uma campanha de prevenção à Aids promovida pelo Ministério da Saúde durante o carnaval deste ano vai priorizar o grupo de meninas de 13 a 19 anos. O motivo é o crescimento de casos da doença entre as garotas dessa faixa etária nos últimos anos.
Segundo o último Boletim Epidemiológico da Aids e de Doenças Sexualmente Transmissíveis, divulgado em novembro de 2009, foram registrados mais casos entre as garotas dessa idade em relação aos meninos desde 1998. Atualmente, a cada 8 meninos infectados existem 10 casos de meninas. Antes, a proporção era de 10 mulheres para cada grupo de 15 homens.
Segundo o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, a maioria dos jovens busca o preservativo na primeira relação sexual. Mas quando o relacionamento fica estável, o uso da camisinha é deixado de lado.
- Na medida em que vão tendo confiança no companheiro, [os jovens] abandonam o preservativo.
Com veiculação nas emissoras de televisão e rádio, a campanha vai orientar os jovens sobre as formas de contágio da doença e os cuidados para a prevenção, além da distribuição de camisinhas nos sambódromos e blocos de rua. O Ministério da Saúde já encomendou 1,2 bilhão de preservativos para ações da pasta no decorrer dos próximos dois anos, conforme Barbosa.
Uma das políticas do ministério para o público de 13 a 24 anos de idade é o programa Saúde e Prevenção nas Escolas, em que o estudante recebe orientações sobre o contágio, sintomas, prevenção, tratamento e como viver com o vírus HIV. Conforme Barbosa, 50.214 escolas públicas e particulares já integram o programa. Em 10 mil delas, o aluno pega o preservativo no próprio colégio. A decisão de distribuir ou não é tomada pela comunidade escolar.
Segundo a representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, em São Paulo, Micaela Cyrino, poucas escolas da capital paulista entraram no programa. Ela atribui a baixa adesão às diferenças sociais na metrópole e o preconceito da sociedade em falar de sexo com adolescentes.
- As pessoas encaram como incentivo ao sexo e não como prevenção.
A estimativa é de que existam 630 mil pessoas infectadas com o vírus HIV no Brasil.
Fonte: Agencia Brasil
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